20 de junho, de 2023 | 17:24
Presidente da Aperam fala sobre investimentos em Timóteo e metas ambientais
Silvia Miranda
Frederico Ayres Lima revela cenário desafiador em 2023, devido à queda no preço do aço

A Aperam South America destaca bons resultados nos últimos dois anos e apresenta metas ambientais para redução de 50% de emissão de CO2 até o ano de 2030 e neutralização até 2050. E para 2024, a planta de Timóteo deve receber uma grande frente de trabalho para atualização de todo o processo de Laminação de Tiras a Quente (LTQ), com a aquisição de uma nova caldeira e a modernização de toda a parte elétrica e de automação. As informações foram divulgadas pelo presidente da empresa, Frederico Ayres Lima, em almoço com a imprensa do Vale do Aço, na tarde desta terça-feira (20) na Casa de Hóspedes, na área ambiental Oikós, em Timóteo.
Em maio de 2022, o Aperam anunciou um investimento de R$ 598 milhões para a modernização da unidade fabril em Timóteo e nas operações da Aperam BioEnergia, no Vale do Jequitinhonha. A Aperam South America é a maior produtora de aço inox da América Latina. O Brasil consome cerca de 80% de sua produção. Os outros 20% destinados à importação.
Conforme dados divulgados anteriormente pela Agência Minas, os investimentos ocorrerão ao longo de três anos. Nas atividades da Aperam BioEnergia serão voltados para manter a produção sustentável de carvão vegetal, mudas e sementes desenvolvidas com avançada tecnologia de melhoramento genético florestal.
Mas a maior parte deste aporte foi destinada à atualização de todo o processo de Laminação de Tiras a Quente (LTQ) da usina em Timóteo, com a aquisição de uma nova caldeira e modernização de toda a parte elétrica e de automação envolvida no processo. A expectativa é que essa parada na fábrica de Timóteo ocorra em janeiro de 2024, gerando cerca de mil empregos, conforme apurou a reportagem.
Resultados
Frederico Ayres Lima destacou que nos últimos dois anos, 2021 e 2022, a Aperam obteve seus melhores resultados. Tivemos uma alta de commodities, mas que não prejudicou os custos da Aperam. O custo da energia subiu com a Guerra da Ucrânia, mas não prejudicou a energia no Brasil. Houve ainda o aumento do preço do aço, e conseguimos transformar tudo isso em bons resultados. Mas que não nos garante daqui pra frente. Em 2023 já visualizamos um cenário desafiador com relação à demanda”, explica.
Mercado
Já para 2023, o presidente informou que a operação interna está indo muito bem, no entanto, há um cenário desafiador com relação ao mercado externo. Os preços internacionais do aço estão caindo, uma consequência da oferta e demanda. Existe excesso de capacidade da produção de aço no mundo, o aço inox em particular e de aços elétricos também, e isso faz com que na hora que o mercado retrai um pouco, sofremos bastante com os preços”, considera.
Ainda falando sobre o mercado internacional, Frederico Ayres Lima defendeu um mercado com uma concorrência mais justa, sem práticas desleais como já ocorreu, mas sem a necessidade de leis de proteção. Temos países que dão subsídios para indústria e com esse subsídio podem prejudicar a indústria de um outro país. Isso acontece no aço inoxidável e nós estamos alerta. Proteção nós não precisamos, a indústria de aço no Brasil e a Aperam é competitiva, não temos dificuldade de competir em nenhum mercado, desde que haja práticas legais no comércio”, defende.
Metas ambientais
Sobre as metas ambientais, o presidente da Aperam destacou a neutralidade do carbono até 2050 e a redução de 30% em relação a 2015, até o ano de 2030. A rota que a Aperam escolheu para fazer essa descarbornização, no caso dos altos-fornos, é a utilização do carvão vegetal, usado nos dois altos-fornos, e o uso de sucata. Então 100% da produção da Aperam no mundo ou é por meio de carvão vegetal ou é de sucata. Então isso já nos coloca numa posição muito favorável”, argumentou.
Com relação ao chamado pó preto emitido no ar, segundo Frederico Ayres, essa é também uma meta importante da siderúrgica. O foco agora é o que chamamos de poeira fugitiva, temos um plano de trabalho para reduzir a emissão destes particulados, várias ações já foram tomadas, mas ainda há um dever de casa pra fazer”, comprometeu.
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Tião Aranha
21 de junho, 2023 | 10:40Bom comentário. Diz que no mundo existe dois tipos de pessoas: as que estão dormindo e as que estão acordados! Com tanta poluição, se vc morar no centro dá pra ver o que sai da usina, enquanto a maioria dorme!. Risos.”
Ana Lucia Paiva
21 de junho, 2023 | 07:43Tive que me mudar de Timóteo depois de 1 ano morando na cidade. Tudo devido ao pó preto que a Aperam libera no ar. Crises e mais crises de rinite e sinusite. Janelas de minha casa só fechadas devido ao pó preto e um cheiro durante a madrugada terrível. Lamentável como uma empresa desse porte, não tratar a população aos seus redores com total respeito.”